Capitulo 2 - Protegida por Anúbis
Acordei sentindo uma dor terrível , minha cabeça latejava, demorei um pouco pra perceber que estava em um lugar totalmente desconhecido, parecia uma espécie de tumba, depois de alguns minutos reconheci o lugar, havia ido a um passeio as pirâmides de Gizé.
_Quem está ai?!_Gritei
Tentei me levantar, mas minhas pernas estavam bambas.
_Por favor, tem alguém aqui?
De repente de traz de uma estatua, vi surgir da escuridão um chacal, parecia com o mesmo animal que havia entrado em meu quarto noite passada.
_Essa não!
O animal vinha em minha direção me olhando como se fosse uma presa, fiquei parada assustada, com medo de dar um movimento e o animal me atacar, mas ele se aproximou mais um pouco e se deitou, ficou me encarando, parecia esperar algum tipo de reação de minha parte.
Devagar, fui descendo do pequeno altar onde havia sido colocada, quando consegui sentir firmeza em minhas pernas tentei correr, mas uma voz vinda de trás de mim debochou:
_Você não chega nem na entrada nesta velocidade!
Me virei e vi um rapaz, com mais ou menos uns 23 anos, vestido com uma calça jeans, camisa preta e jaqueta de couro, cabelos negros e olhos puxados cor de rubi.
_Quem....
_Hora hora, quer continuar sua escapada? Vá em frente, depois de tela resgatado é isso que eu mereço._Ele me olhava com impaciência.
_Mas quem é você..._Perguntei em choque.
_Tenho muitos nomes no antigo Egito, uns me chamam de Anpu, outros de Inpu, guardião dos mortos, guia dos mortos, mas o que eu realmente adotei foi Anúbis._Ele se aproximou e deu um sorriso travesso.
_O que? Meu deus estou refém de um lunático..._Comecei a tremer e senti lagrimas escorrendo pelo meu rosto.
Anúbis, ou sei lá quem era aquele cara, ficou me observando atentamente até se transformar em um chacal, e então apaguei de novo.
Acordei sentindo uma enorme dor de cabeça, ao virar para o lado vi que o estranho ainda estava ali, então tive certeza de que aquilo não tinha sido um delírio.
_Por favor me diga que isso é um pesadelo ou que eu estou ficando seriamente louca. _Eu continuava com as mãos sobre minha cabeça e os olhos fechados por conta da dor.
_Desculpe, mas sou o deus da morte, sarcasmo é com Toth._Sorriu ele.
Tentei me por de pé, acabei cambaleando, Anúbis me segurou rapidamente.
_Se você ficar bancando a donzela o tempo inteiro fica difícil cumprir qualquer missão._Ele cheirava a mel e coisas perfumadas, mas não sei descrever o que exatamente.
Sentei-me numa pedra e fiquei encarando aquela coisa, não sabia direito o que estava acontecendo, tudo parecia loucura.
_Ok! Vamos fazer de conta que você realmente é Anúbis, porque você me ajudou?
Ele sorriu com o canto da boca.
_Sou um guardião, dos mortos, mas sou.
_Não entendi, eu sei que você é o deus dos mortos e coisa e tal, mas porque me salvou? Acredito que receberia a placa de deus do mês deixando-me morrer não?!
Ele sorriu
_Não, infelizmente não ganharia nada com a sua alma, e não estou aqui pra levar você ao mundo dos mortos, estou aqui porque sou seu guardião.
Cai na risada, não consegui levar nada daquilo a serio, mas o tal deus não sorriu nessa hora.
_Horus e Set estão numa guerra constante, acabaram esquecendo pelo que nós lutamos, pelo que Rá lutou todo esse tempo.
_Pelo que?!_Perguntei debochando.
_Apófis.
Percebi seus músculos se retesarem ao falar o nome da serpente maligna com quem Rá lutara toda noite para trazer a manha todos os dia, era uma mitologia, impossível de ser real.
_Desculpe, ainda não me sinto bem, você realmente quer que eu acredite que você é o deus Anúbis e que Horus e Set estão numa briga?!
_Claro, viu como é simples, preciso da sua ajuda.
Ele parecia falar serio.
_Digamos que eu acredite nisso tudo, o que eu uma mera mortal poderia fazer? E outra coisa, porque faria?
_Porque precisa existir uma ligação de sangue entre uma mortal e um deus, e você tem isso.
Sorri e perguntei
_Como assim ligação de sangue?
_Néftis, a conhece?
Ele me mostrou a imagem de uma linda mulher com asas coloridas.
_Sim, a deusa dos funerais e da morte?
_Por algum motivo ela acredita que você é descendente de Bastet, que você tem o sangue sagrado, não entendo bem do que se trata, afinal eu só fico no mundo dos mortos, mas ela me disse que Horus a procurava, mas por ele não ser seu guardião, apenas eu pude te encontrar.
Os cabelos negros batendo na nuca e os olhos avermelhados lhe davam um aspecto assustador, ele não era feio, pelo contrario era lindo, sua pele era de um moreno claro, mas muito diferente da cor da pele de um humano, ele deveria ter 1.70 de altura, não era muito alto e nem muito baixo, mas olhar muito tempo pra ele me dava calafrios, eu conseguia sentir medo, insegurança, talvez por ele ser um deus da morte.
_O que foi?_Ele me olhava curioso
_Nada!estou tentando assimilar tudo isso._Balancei a cabeça pra me tirar dos meus devaneios.
_Òtimo então vamos, precisamos ir para o templo de Néftis, ela quer falar com você.
_Onde fica isso, e calma eu to toda suja de sangue, preciso de um banho._Falei apressada.
_Ok madame, já tenho uma reserva no hotel aqui por perto, vamos pra lá e pegamos roupas e suprimentos, eu me esqueci que você é só uma mortal._ Deu uma piscadinha e um sorriso debochado.
No caminho para o hotel paramos para descansar.
_Está com fome?_Perguntou ele
_Não estou bem, não se preocupe comigo senhor deus.
_Temos uma piadista hãn_senti a ironia em sua voz
Me sentei em uma pedra, enquanto Anúbis se dirigia até um quiosque. Não demorou muito para que ele voltasse com comida, Quem acreditaria em mim, sendo alimentada por um deus.
_Toma coma tudo! Não sei quando vai dar pra parar de novo._ Entrego-me o lanche, mas continuou com rosto virado.
_Você poderia ao menos olhar pra mim quando for me dar algo, acho que seria mais educado!
Peguei o lanche de sua mão com raiva, ele se virou e ficou me encarando com aqueles olhos avermelhados, seu rosto estava fechado, com certeza estava irritado.
_Ouça, eu não pedi para estar aqui, não pedi para ser seu guardião, se você não começar a ser mais madura serei obrigado a te largar por conta própria!_Sua voz soou dura e áspera.
_Não preciso de você, sei me virar sozinha, como acha que sobrevivi sem família?! Você não sabe nada a meu respeito, Anúbis..._Peguei o lanche e taquei com força no chão, me levantei e comecei a caminhar em direção ao deserto.
_Eu não acredito que deixei um cara se dizendo ser Anúbis me convencer de tal loucura, fique ai com a sua “missão” eu vou seguir a minha vida, já cansei de ter que ficar seguindo ordens._Eu deixará de resmungar e começara a gritar._Não preciso de você!
_Ótimo! Faça como quiser, garota insuportável!_Ele se virou e seguiu cidade adentro.
Estava tão irritada e cansada, minha cabeça doía demais, não sabia mais o que estava acontecendo e se realmente tudo aquilo era real. Continuei seguindo até não avistar mais civilização, quando cheguei próximo a um Oasis, forrei um lenço que ainda estava amarrado a minha cintura e me deitei em meio as estrelas. A noite estava linda, mas eu sabia que corria risco estando ali sozinha, acabei cochilando até que acordei sentindo uma forte dor no braço direito, uma dor lacerante. Uma cobra coral havia se enroscado em meu braço e me picado, tentei arranca-la, mas ela me picou novamente, rolei próximo a um pequeno lago e me joguei na água, a cobra se soltou rapidamente. Meus braços formigavam, a dor era imensa, sentia meu corpo fraco, mas consegui me colocar de pé, caminhei até onde havia dormido, comecei analisar a picada, por conta da pequena luta com a cobra eu acabei abrindo o ferimento, não demorou muito para o efeito do veneno começar a surtir efeito, comecei a sentir náuseas, dores e febre, tentei caminhar de volta até a cidade, me sentia fraca. “mas que droga”_Pensei_ só porque disse que me viraria bem sem ninguém, que ironia!”.
A dor começou a se espalhar pelo meu corpo até que não pudi mais caminhar, cai no meio da areia fina e quente, imaginando que poderia morrer, fechei os olhos e tentei deixar a morte me arrastar, então o frio tomou conta de mim e vi a escuridão.
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